27/11/2009

Ó Tempo Santo ...

Neste fim de semana (Dia 29/11) entramos no período de Advento, tempo que antecede o Nascimento de Jesus. Este tempo é especial para se fazer uma faxina geral, não apenas da casa, do armário, mas uma faxina da alma, do espírito. É o tempo de abandonar antigos hábitos e manias que não proporcionam coisas boas e agradáveis, abandonar o pessimsmo, as rabugices e as teimosias e, aproveitar para recomeçar, esperando, vivendo e buscando novos ideais.

Nossa visão de Advento e Natal precisa ser diferente da visão mercantilista, pois esta visa apenas vantagens, vendas e lucros, a igreja, neste tempo, visa levar você a refletir sobre a importância do nascimento de Jesus para a vida pessoal, por esta razão, a mensagem é de esperança, de vida, de mudança, de novos rumos, de santidade.

Este é o Tempo Santo ...

Darcy Schreiber
Pastor Luterano em Humaitá - AM
Presépio montado por Landa Pedrotti!

24/11/2009

É tempo de não esquecer

Histórias de pais que esquecem filhos dentro do carro já viraram rotina. Agora foi na cidade de São Paulo. No último dia 18 de novembro uma menina de cinco meses morreu depois de permanecer cinco horas dentro de um veículo estacionado no sol. A mãe contou na delegacia que normalmente deixava a criança numa creche e depois seguia para a escola onde largava a outra filha de 6 anos. No dia da tragédia, ela inverteu a rotina e deixou a mais velha antes, e por isso não lembrou que a outra ainda permanecia no carro. A mãe de 40 anos, gerente financeira de uma empresa, só se deu conta quando deixou o trabalho e foi para o carro. Os vidros do veículo eram escuros e ninguém na rua movimentada enxergou o bebê que agonizava.

A Bíblia pergunta: “Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? (...) Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês” (Isaías 49.15). Pois este “será” não é mais uma possibilidade. Este “será” já é. Vivemos o tempo do relógio sem ponteiros, que não faz barulho e assim não avisa que os dias são iguais, com a mesma duração de antigamente. Queremos tudo em pouco tempo e não conseguimos nada. E assim – neste silêncio digital, moderno, de vida corrida e barulhenta, contraditória, de pais que esquecem filhos porque precisam trabalhar para sustentá-los – perdemos o que é mais precioso. Pois ainda há chance para acordar, sair do pesadelo, levantar. E refletir sobre as conseqüências deste jeito louco de viver.

No próximo domingo entra o Advento, dias que preparam para o Natal. Deveria ser um período mais tranqüilo, no entanto, é a época mais conturbada do ano. E quando chega o Natal, lá está o bebê na manjedoura, esquecido no meio de gente apressada nas calçadas de vitrines decoradas, escondido atrás de “vidros escuros” dos enfeites natalinos, do papai-noel, das compras e das festas. E ele morre, pois “as preocupações deste mundo sufocam a mensagem” (Mateus 13.22).

Mas a gente só esquece o que tem. Uma mulher não pode esquecer um bebê que não tem. Se hoje deixamos Deus de lado, é porque nós temos um Deus. “Eles se esqueceram de Deus, o seu Salvador” (Salmo 106.21), diz a Bíblia sobre um povo que tinha tempo e tinha salvação. E mesmo quando somos tentados a acreditar que Ele se esqueceu de nós, ou de pensar que a história do Natal é uma fábula, que a Salvação depende do esforço de cada um, mesmo assim, Ele permanece lá em cima e continua aqui em baixo. E quando esquecemos os filhos – e os “matamos” com coisas que os sufocam e que lhes negam a respiração da alma – a promessa fica: “Eu nunca esquecerei vocês”. É o Salvador do Advento. É o tempo que ainda corre. É a chance de lembrar, a hora de não esquecer.

Marcos Schmidt
pastor luterano

18/11/2009

Os maias, o fim e o medo

Só falta esta agora, o mundo acabar em 2012. Mas, e a Copa em 2014? As Olimpíadas em 2016? A gente brinca, mas o assunto é sério. Esta agitação sobre o calendário dos maias lembra um episódio parecido há dez anos. Naquela época uma profecia de Nostradamus fez muita gente acreditar que o mundo terminaria no dia 11 de agosto de 1999 – no último eclipse do século e do milênio. Lembro-me que a mídia criou um grande sensacionalismo, aproveitando o mito antigo “a mil chegará, de dois mil não passará”. Já se foi uma década, e é só espiar no retrovisor da história para desvendar uma infinidade de profecias que não deram em nada.

Mas o que dizer da promessa bíblica sobre a volta de Cristo e o juízo final? É outro mito de gente fanática que escreveu a Bíblia? Na verdade, o “novo céu e a nova terra” (Apocalipse 21.1) é uma das doutrinas básicas da fé cristã, professada no “creio em Jesus Cristo que virá para julgar os vivos e os mortos; creio na ressurreição da carne e na vida eterna”. E por mais que seja um assunto que faz muita gente torcer o nariz, hoje a própria ciência anuncia um “apagão” completo e definitivo de nosso planeta e do sistema solar. Conforme a série Poeira das Estrelas apresentada no Fantástico em 2006, o Universo tem um tempo de validade. Isto sem contar os alertas contra a destruição ambiental da Terra.

Em todo o caso, para os cristãos que aguardam a volta de Jesus, servem as palavras do próprio Cristo: “Ninguém sabe nem o dia nem a hora em que tudo isto vai acontecer” (Mateus 24.36). E se Pedro lembra que nos últimos dias vão aparecer pessoas dominadas pelas suas próprias paixões que vão zombar, dizendo: “Ele prometeu vir, não foi? Onde está ele?” (2 Pedro 3.3,4), por outro, o Salvador faz o alerta contra a aparição de muitos falsos messias e profetas anunciando o fim do mundo. De um lado, a total descrença – apoiada pela ciência puramente racional; de outro, a crença em qualquer coisa que aparece – alimentada pelo misticismo moderno.

Acho que estas profecias são semelhantes aos barulhentos sistemas de alarmes contra ladrões que a toda hora disparam por engano. Além de incomodar, ninguém mais acredita. No tempo em que as trombetas anunciavam o perigo, já se alertava: “Não acreditem em todos os que dizem que tem o Espírito de Deus. Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda a parte” (1 João 4.1). Mas, e se o alarme for verdadeiro? Creio que, mesmo quando a Bíblia anuncia que o “Dia do Senhor chegará como um ladrão”, o melhor jeito é estar preparado e receber um Jesus amigo – não alguém que nos faz sentir medo.

Marcos Schmidt
pastor luterano

03/11/2009

O justo viverá por fé

Pastor e a diretoria da congregação preparavam um culto especial de celebração da Reforma. Perguntou o pastor: O que vocês pensam que eu deveria falar no sermão? Alguém respondeu: Pastor, fale de maneira bem simples sobre Romanos 1.17, pois li, em algum lugar, que a vida de Lutero mudou depois de encontrar aquele versículo. O pastor aceitou a sugestão. Tentarei fazer a mesma coisanas linhas seguintes.

O Deus misericordioso

O justo viverá por fé, afirma o apóstolo Paulo. Lutero procurava, desesperadamente, um Deus que o recebesse. Sua procura, todavia, sempre acabava numa triste constatação: ele, Lutero, era um pecador e, por isso, Deus não poderia recebê-lo com misericórdia. Sendo nós também pecadores, a pergunta nos interessa e muito. Portanto: como posso saber que Deus me recebe com misericórdia? Algumas respostas que ouvimos: Você será recebido por Deus se fizer isso, aquilo e mais um pouco. Ou então: No final de tudo, Deus receberá você de qualquer maneira, porque é um Deus de amor. Essas e outras respostas não trarão paz, a não ser esta de Romanos 1.17: “O justo viverá por fé”. Justo é quem está bem, perante a Lei de Deus, e não é acusado nem condenado por ela. Era o que Lutero procurava incessantemente, pois sabia que não se pode brincar com a Lei de Deus, nem ignorar as suas exigências. Haverá alguém que possa estar livre da condenação da Lei de Deus? Sim, existe, mas tão somente quem vive por fé.

A fé que salva

Que fé? Há quem diga que o importante é ter fé, crer em alguma coisa. Isso é uma grande mentira, pois a fé, sozinha, não resolve o nosso problema; crer em alguma coisa ou em alguém, tão somente, não nos deixa justos. Então, que fé será capaz de nos deixar justos diante da Lei de Deus? Somente, vejam bem, somente a fé no objeto certo, em outras palavras, a confiança colocada na pessoa certa que, neste caso, é Jesus Cristo. O Senhor Jesus é o único que nos dá aquilo que precisamos para estarmos bem, diante da Lei de Deus, para não sermos condenados por ela e, portanto, sermos recebidos com misericórdia por Deus. O justo viverá pela fé em Jesus Cristo e ponto final. Não existe outra resposta para a pergunta de Lutero e de todos os pecadores. A salvação não passa por outros caminhos. Poder e autoridade para salvar os pecadores, só Jesus os tem. Pouco antes de morrer, pregado à cruz, ele gritou: Está consumado. Em outras palavras, declarava que estava pronta a obra de salvação, tudo que precisava acontecer para tornar possível o perdão dos pecadores, tinha sido feito. Toda a Lei de Deus fora cumprida em nosso lugar (impossível para qualquer um de nós) e todo o castigo que deveríamos sofrer (por não cumprirmos a Lei de Deus), ele sofreu em nosso lugar.

A declaração de justos

A fé em Jesus Cristo é o canal por onde vem aquilo que precisamos, para sermos declarados justos por Deus e recebidos por ele nessa bem-aventurada condição. Por isso, ela é chamada de fé salvadora ou fé especial. Ela está em nosso coração por causa de um milagre realizado pelo Espírito Santo, através da Palavra de Deus que chegou a nós com a água em nosso batismo; ela permanece em nosso coração, porque o milagre continua acontecendo pela contínua ação do Espírito Santo, na palavra que ouvimos. Aproveite o mês da Reforma para agradecer a Deus de alguma forma especial, a qual você escolherá, pelo presente inigualável que você recebeu: a fé salvadora. Valorize esse presente; só ele traz a vida, porque o mantém unido a Jesus, que garante: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente” (João 11.25,26).

O justo viverá pela fé em Jesus Cristo...

Por isso, MEU JESUS NÃO DEIXAREI, POISSÓ NELE TENHO A VIDA!

Pastor Paulo Moisés Nerbas,


presidente da IELB