Estou lendo o livro “Evangelhos perdidos” de Bart D. Ehrman, escritor norte-americano especialista sobre os primórdios do cristianismo. Ele fala sobre as várias cartas e evangelhos apócrifos – obras supostamente escritas por Pedro, Tomé, Paulo e outros apóstolos. Há umas quatro dezenas deste tipo de literatura que desapareceram ou que restam apenas fragmentos – a maioria do segundo século e que forjaram um documento usando o nome dos apóstolos. Bart explica que a razão na época para este tipo de falsificação era para “atrair mentes para uma opinião”. O que acontece ainda hoje pela internet, quando artigos e poemas são enganosamente atribuídos a Luis Fernando Verissimo, Charles Chaplin, e outros famosos, tudo para garantir atenção.
Além do mais, a maioria destas “bíblias” apócrifas, ou secretas, dizia coisas diferentes às doutrinas cristãs expostas nos 27 livros canônicos do Novo Testamento. Declaravam, por exemplo, que não havia somente um Deus, mas dois, doze, ou trinta. Outros diziam que o mundo não tinha sido criado por Deus, mas por uma divindade menor e ignorante. Todos eles com influência do gnosticismo – uma filosofia da Grécia antiga que anunciava a “salvação” através da “gnosis” (conhecimento). O resultado deste cristianismo místico foi um “Jesus Frankenstein”, isto é, um Cristo apenas humano e não divino, ou apenas divino e não humano, e assim cortava a cabeça da igreja – o próprio Salvador.
O apóstolo já alertava: “Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte. É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus” (1 João 4.1,2). E se agora chega o Natal, nada mais oportuno para os cristãos fortalecerem a fé no Jesus “Luz de Luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e se encarnou pelo Espírito Santo na virgem Maria e foi feito homem” (Credo Niceno).
Ainda preciso terminar o livro “Evangelhos perdidos”. Enquanto isto, assisto perplexo os políticos perdidos, escondendo dinheiro nas meias e nos bolsos. É a política apócrifa, secreta, falsa, que usa o nome do povo e até invoca Deus em oração, para enganar e roubar. Mas então lembro o Natal, tempo da justiça, e ouço o cântico de Maria com o Salvador no ventre: “Deus derruba dos seus tronos reis poderosos”. É a primeira e a última esperança.
Marcos Schmidt
pastor luterano
Além do mais, a maioria destas “bíblias” apócrifas, ou secretas, dizia coisas diferentes às doutrinas cristãs expostas nos 27 livros canônicos do Novo Testamento. Declaravam, por exemplo, que não havia somente um Deus, mas dois, doze, ou trinta. Outros diziam que o mundo não tinha sido criado por Deus, mas por uma divindade menor e ignorante. Todos eles com influência do gnosticismo – uma filosofia da Grécia antiga que anunciava a “salvação” através da “gnosis” (conhecimento). O resultado deste cristianismo místico foi um “Jesus Frankenstein”, isto é, um Cristo apenas humano e não divino, ou apenas divino e não humano, e assim cortava a cabeça da igreja – o próprio Salvador.
O apóstolo já alertava: “Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte. É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus” (1 João 4.1,2). E se agora chega o Natal, nada mais oportuno para os cristãos fortalecerem a fé no Jesus “Luz de Luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e se encarnou pelo Espírito Santo na virgem Maria e foi feito homem” (Credo Niceno).
Ainda preciso terminar o livro “Evangelhos perdidos”. Enquanto isto, assisto perplexo os políticos perdidos, escondendo dinheiro nas meias e nos bolsos. É a política apócrifa, secreta, falsa, que usa o nome do povo e até invoca Deus em oração, para enganar e roubar. Mas então lembro o Natal, tempo da justiça, e ouço o cântico de Maria com o Salvador no ventre: “Deus derruba dos seus tronos reis poderosos”. É a primeira e a última esperança.
Marcos Schmidt
pastor luterano
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