07/05/2010

Morto absolve acusado seu próprio assassinato

O filme “Chico Xavier” esteve por mais de três semanas consecutivas no topo das bilheterias nacionais. Em 20 de abril, O Globo já havia registrado mais de dois milhões de ingressos vendidos. Um “sucesso nacional” segundo um espectador.
O espiritismo é, sem sombra de dúvidas, um sucesso nacional brasileiro. Nem na França, onde Alan Kardec escreveu o Livro dos Espíritos, existem tantos adeptos e simpatizantes quantos no Brasil hoje, que chega a quase 2,3 milhões.
O filme, apesar de transbordante de amor, me lembrou dos velhos filmes de bang-bang. Existe um vilão e um mocinho. Quem assistiu ao filme, pôde perceber quem é quem. O padre intolerante e ignorante e um órfão dotado de poderes os quais ele não pode esconder ou guardar para si. Até o nome de seu guia espiritual sugere a proximidade com o divino: Emanuel – Deus conosco. E o melhor de tudo é que não precisamos deixar o cristianismo de lado para seguirmos o espiritismo. Pra falar a verdade, quem necessita de um salvador, já que podemos reencarnar quantas vezes forem necessárias?
Tudo isto pode soar muito atrativo, mas a coisa muda quando verificamos com cautela o “verdadeiro” vilão da história (se é que podemos usar esse termo e não sermos tachados de “intolerantes ou ignorantes”). O Espírito de Deus diz claramente que, nos últimos tempos, alguns abandonarão a fé. Eles darão atenção a espíritos enganadores e a ensinamentos que vêm de demônios (1 Tm 4.1).
Mas como é que um demônio pode ditar uma carta com tantos detalhes sobre a vida dos vivos? Por que estas cartas servem de consolo, mesmo que um consolo passageiro? Como pode um demônio ter poder de, através de uma simples carta do além, inocentar um criminoso que, acidentalmente, atirou no seu melhor amigo? Paulo diz: isso não é de admirar, pois até Satanás pode se disfarçar e ficar parecendo um anjo de luz (2 Co 11.4).
É difícil ser cristão e espírita ao mesmo tempo. Um é oposto ao outro. Para que um possa ser o mocinho o outro tem que, necessariamente, ser o vilão. Nesse filme, um morto inocentou um vivo, mas no nosso filme, um ressurreto inocentou multidões de mortos.
Chico Xavier disse: Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. Nós cremos que só Cristo, por graça e por amor, nos deu um novo começo e nos assegurou um fim que nos dá um propósito para vivermos esta vida. Não é um fim falso ou apenas outra chance, mas um começo para o eterno. Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto? (Jo 11.25,26).
Otto Neitzel

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