O que é verdade e o que é mentira sobre esta gripe? Corre pela internet o texto “Pandemia do lucro” alertando que há um grande alarde com interesses comerciais para vender o Tamiflu. Fiz uma pesquisa sobre os lucros da referida empresa com este remédio, e as informações são intrigantes. Nos anos da gripe aviária, 2006 e 2007, foram aproximadamente 4 bilhões de dólares (esta gripe matou 250 pessoas em dez anos). Em 2008, as vendas caíram para 600 milhões de dólares. Mas agora, com a nova gripe, as vendas do Tamiflu aumentaram em 203%, ou seja, houve um lucro de 1 bilhão de dólares (uma caixa com dez comprimidos custa 170 reais aqui no Brasil). Enquanto isto, a Organização Mundial da Saúde confirmou nesta semana que a gripe suína continua semelhante a qualquer outro tipo de gripe. Até o momento há em torno de 135 mil casos desta gripe no mundo, e as mortes não passam de mil pessoas.
Por enquanto é mais fácil morrer atropelado do que por este vírus H1N1. Evidentemente que o vírus requer dobrada atenção, igual ao atravessar uma rua movimentada. Mas transformou-se em paranóia. E pelo jeito um medo interessante e lucrativo. O que não é novidade na medicina, e nem na própria religião – “meio de enriquecer” (1 Timóteo 6.5). E com uma fórmula parecida: semeando pânico. Quantas pessoas entregam seus bens materiais, se sacrificam, cumprem ritos, tudo por conta do pavor provocado pela propaganda de um Deus que castiga, de um Diabo que entra no corpo. Sim, quanta gente supersticiosa infectada pelo vírus da fobia. E olha que o mês do cachorro louco vem aí...
Há informações que a vacina contra o vírus que causa a gripe suína já pode ser fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan, mas a permissão está sendo negociada com os fabricantes. Qual o valor desta liberação – os royalties? Mas se é uma pandemia mundial porque não fazer de graça? Ora, de graça nem injeção na testa. Mas se viesse gratuitamente, com certeza algum cambista entraria no meio. É o que fazem com o remédio do Evangelho, que vem dos céus sem nenhum custo, pois “é um presente dado por Deus” (Efésios 2.8). Foi o que o apóstolo revelou para uma escrava que era obrigada a enganar as pessoas adivinhando o futuro. Mas “quando os donos da moça viram que não iam mais ganhar dinheiro com as adivinhações dela, agarraram Paulo e Silas...” (Atos 16.19). Que Deus nos proteja!
O médico Moacyr Scliar escreve sobre a gripe que é “melhor falar do que calar”. E lembra a meningite de 1974 que o governo brasileiro proibiu de divulgar e o resultado foi catastrófico. Na verdade, em tudo é preciso informação, e de boa qualidade. Afinal, quando Jesus falou sobre as “epidemias” como sinal dos tempos, antes alertou: “Tomem cuidado para que ninguém engane vocês”. E disse ainda: “Não tenham medo”(Lucas 21. 8-11). Penso que esta gripe é uma boa oportunidade para tomar um chazinho com mel e limão, e ficar atento com o surto das informações.
Marcos Schmidt
pastor luterano
29/07/2009
21/07/2009
Ainda...
“O que adianta o homem ter ido à Lua se ainda não resolveu tanta coisa aqui”. Alguma vez a gente já disse ou pensou isto. E com razão, afinal, a conquista do espaço ainda não nos libertou do tempo das carroças. É o ainda da gripe A e outras epidemias, o ainda das guerras, dos golpes políticos, da fome, da corrupção, do descaso com o meio ambiente, o ainda de muita coisa. Será que um dia o ser humano dará o passo definitivo para resolver todos estes “ainda”?
No encontro dos astronautas com o presidente Obama nesta segunda-feira, Armstrong declarou que a corrida espacial trouxe desenvolvimento à ciência, ao conhecimento e à exploração. De fato, desde o Sputnik lançado pelos russos em 1957, centenas de satélites orbitam a Terra além de outras tecnologias úteis no dia a dia, fruto da ciência espacial. Mas nem as odisséias humanas lá de cima nem as aqui de baixo parecem resolver os desastres da vida humana. Então o que fazer?
A história da Apollo 8, esta que foi a primeira nave tripulada a dar a volta em torno da Lua, carrega um detalhe que pode ajudar aqueles que exploram o espaço da verdade. No dia 24 de dezembro de 1968 a tripulação enviou uma mensagem de Natal. Era a leitura dos primeiros dez versículos da Bíblia: “No começo Deus criou os céus e a terra...” Ativistas do ateísmo processaram a NASA por esta manifestação religiosa no espaço, mas ninguém mais podia desfazer o testemunho. Até porque o céu anuncia a glória de Deus sem discurso, sem palavras... (Salmo 19.1,3).
Na verdade, o “ainda” sempre dependerá do Criador, não da criatura nem da criação, e muito menos da criação da criatura. Por isto esta imagem da Terra, parecida com aquilo que o astronauta Aldrin presenciou no solo lunar: “Um lugar tão desolado, tão completamente sem vida”. O apóstolo Paulo já dizia no seu tempo: “Estão cheios de todo o tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas, mentiras e malícia. Caluniam e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem os pais, são imorais, não cumprem a palavra, não tem amor por ninguém e não têm pena dos outros”(Romanos 1.29-31).
Mas o que fazer enquanto não se descobre outro planeta? Pior que a desgraça irá escondida na espaçonave mesmo se eu for o único astronauta – algo parecido com “Alien, o oitavo passageiro”. Coisa que o salmista já sabia: “Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito? Se subir ao céu, tu lá estás” (Salmo 121.7,8). Mas ele encontrou o jeito: “Vê se há em mim algum pecado e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 121.24). E se é para acabar com a nave-mãe de todos os “ainda”, tem a história daquele que disse: “Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu (...) para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna” (João 3.13,15).
“Se subir ao céu, tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, lá estás também (...) Ainda ali a tua mão me guia, ainda ali tu me ajudas” (Salmo 139.8,10). Este é um ainda diferente...
Marcos Schmidt
pastor luterano
No encontro dos astronautas com o presidente Obama nesta segunda-feira, Armstrong declarou que a corrida espacial trouxe desenvolvimento à ciência, ao conhecimento e à exploração. De fato, desde o Sputnik lançado pelos russos em 1957, centenas de satélites orbitam a Terra além de outras tecnologias úteis no dia a dia, fruto da ciência espacial. Mas nem as odisséias humanas lá de cima nem as aqui de baixo parecem resolver os desastres da vida humana. Então o que fazer?
A história da Apollo 8, esta que foi a primeira nave tripulada a dar a volta em torno da Lua, carrega um detalhe que pode ajudar aqueles que exploram o espaço da verdade. No dia 24 de dezembro de 1968 a tripulação enviou uma mensagem de Natal. Era a leitura dos primeiros dez versículos da Bíblia: “No começo Deus criou os céus e a terra...” Ativistas do ateísmo processaram a NASA por esta manifestação religiosa no espaço, mas ninguém mais podia desfazer o testemunho. Até porque o céu anuncia a glória de Deus sem discurso, sem palavras... (Salmo 19.1,3).
Na verdade, o “ainda” sempre dependerá do Criador, não da criatura nem da criação, e muito menos da criação da criatura. Por isto esta imagem da Terra, parecida com aquilo que o astronauta Aldrin presenciou no solo lunar: “Um lugar tão desolado, tão completamente sem vida”. O apóstolo Paulo já dizia no seu tempo: “Estão cheios de todo o tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas, mentiras e malícia. Caluniam e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem os pais, são imorais, não cumprem a palavra, não tem amor por ninguém e não têm pena dos outros”(Romanos 1.29-31).
Mas o que fazer enquanto não se descobre outro planeta? Pior que a desgraça irá escondida na espaçonave mesmo se eu for o único astronauta – algo parecido com “Alien, o oitavo passageiro”. Coisa que o salmista já sabia: “Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito? Se subir ao céu, tu lá estás” (Salmo 121.7,8). Mas ele encontrou o jeito: “Vê se há em mim algum pecado e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 121.24). E se é para acabar com a nave-mãe de todos os “ainda”, tem a história daquele que disse: “Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu (...) para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna” (João 3.13,15).
“Se subir ao céu, tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, lá estás também (...) Ainda ali a tua mão me guia, ainda ali tu me ajudas” (Salmo 139.8,10). Este é um ainda diferente...
Marcos Schmidt
pastor luterano
14/07/2009
Uma placa na Lua
Eu tinha nove anos, mas as imagens em preto e branco da televisão Admiral à válvula ainda estão fresquinhas na memória. Também não esqueço os meneios de cabeça da minha avó afirmando que aquilo era pura encenação para enganar os bobos. Acho que foi ela que espalhou a ideia da “farsa” do homem na Lua naquele 20 de julho de 1969 e até hoje tem discípulos. Em todo o caso, o que poucos sabem é que este satélite natural da Terra, distante 385 mil quilômetros, transformou-se no mais elevado púlpito. Após pousar no solo lunar com seu colega Neil Amstrong, Edwin Aldrin deixou uma pequena placa com o Salmo 8. Proibidos pela Nasa de qualquer manifestação religiosa, Aldrin expressou secretamente a fé cristã nestas palavras bíblicas: “Ó Senhor, nosso Deus, a tua grandeza é vista no mundo inteiro (...) Quando olho para o céu, que tu criaste, para a Lua e para as estrelas, que puseste nos seus lugares – o que é um simples ser humano para que penses nele? (...) No entanto, fizeste o ser humano inferior somente a ti mesmo (...) Tu lhe deste poder sobre tudo o que criaste; tu puseste todas as coisas debaixo do domínio dele”.
Já são 40 anos e desde lá muita coisa orbitou a Terra. A primeira televisão lá de casa nem sei que fim levou, a minha avó agora pisa as “estrelas do céu”, e a Lua continua refletindo a luz do astro rei. E mesmo se for invenção a tal placa do Aldrin, a grandeza de Deus permanece visível para todos os que contemplam a noite iluminada. Podem até proibir, mas nunca conseguirão esconder nem a Lua nem a glória do seu Criador. Igual a fé que têm alguns jogadores da seleção brasileira. No último jogo contra os Estados Unidos, a Fifa ficou buzina da vida. E agora estão todos avisados: se mostrarem Jesus nas camisetas, os atletas de Cristo serão punidos. Os homens da mídia têm “razão”, afinal quem banca as imagens são os patrocinadores e não Jesus. Será?
Outras cinco expedições seguiram depois a trilha do Apollo 11, e até hoje 12 pessoas caminharam no solo do satélite terrestre. Mas tem gente que continua duvidando desta história – o que não muda em nada a missão dos astronautas nem a vida dos céticos. Diferente da missão divina. Porque se a Lua foi “um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”, a Terra foi um significante passo para Deus, mas um infinito passo para a humanidade. Refiro-me às pegadas de Jesus neste planeta. Muitos não acreditam que o Filho de Deus pisou este solo, que aqui deixou uma cruz vazia – que segundo Cristo interfere no destino eterno de alguém: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16.16).
Amstrong e Aldrin deixaram oficialmente uma placa na Lua, presa a uma das pernas do módulo lunar. Ela diz: “Aqui, homens do Planeta Terra pisaram a Lua pela primeira vez. Viemos em paz em nome da humanidade”. Mera semelhança é pura coincidência, mas Jesus deixou a sua própria vida presa nas pernas da igreja com uma mensagem: “Deixo com vocês a paz” (João 14. 27).
Marcos Schmidt
pastor luterano
Já são 40 anos e desde lá muita coisa orbitou a Terra. A primeira televisão lá de casa nem sei que fim levou, a minha avó agora pisa as “estrelas do céu”, e a Lua continua refletindo a luz do astro rei. E mesmo se for invenção a tal placa do Aldrin, a grandeza de Deus permanece visível para todos os que contemplam a noite iluminada. Podem até proibir, mas nunca conseguirão esconder nem a Lua nem a glória do seu Criador. Igual a fé que têm alguns jogadores da seleção brasileira. No último jogo contra os Estados Unidos, a Fifa ficou buzina da vida. E agora estão todos avisados: se mostrarem Jesus nas camisetas, os atletas de Cristo serão punidos. Os homens da mídia têm “razão”, afinal quem banca as imagens são os patrocinadores e não Jesus. Será?
Outras cinco expedições seguiram depois a trilha do Apollo 11, e até hoje 12 pessoas caminharam no solo do satélite terrestre. Mas tem gente que continua duvidando desta história – o que não muda em nada a missão dos astronautas nem a vida dos céticos. Diferente da missão divina. Porque se a Lua foi “um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade”, a Terra foi um significante passo para Deus, mas um infinito passo para a humanidade. Refiro-me às pegadas de Jesus neste planeta. Muitos não acreditam que o Filho de Deus pisou este solo, que aqui deixou uma cruz vazia – que segundo Cristo interfere no destino eterno de alguém: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16.16).
Amstrong e Aldrin deixaram oficialmente uma placa na Lua, presa a uma das pernas do módulo lunar. Ela diz: “Aqui, homens do Planeta Terra pisaram a Lua pela primeira vez. Viemos em paz em nome da humanidade”. Mera semelhança é pura coincidência, mas Jesus deixou a sua própria vida presa nas pernas da igreja com uma mensagem: “Deixo com vocês a paz” (João 14. 27).
Marcos Schmidt
pastor luterano
Servas fazem promoção de Pizzas!
07/07/2009
Golpe na liberdade
Interessante o que acontece em Honduras. No caminho inverso da comunidade internacional, internamente boa parte do povo e as próprias instituições democráticas apóiam o golpe militar. O mundo está preocupado com o vírus verde-oliva dos tempos da ditadura militar, mas a insatisfação dos hondurenhos com a corrupção, criminalidade, desemprego, pobreza, é o voto a favor da ação golpista e ditatorial. O povo prefere pão no lugar da democracia. Algo semelhante na Alemanha Oriental. Vinte anos depois da queda do muro de Berlim, uma pesquisa diz que 57% dos alemães orientais defendem o antigo regime comunista. “A vida lá era mais feliz e melhor do que hoje”, argumentam.
Não estamos muito longe disto aqui no Brasil. A corrupção política que não sai das manchetes faz a gente pensar que o melhor jeito seria um golpe de estado. Se fosse feita uma consulta popular, creio que muita gente votaria pelo fechamento do Senado e das Câmaras Legislativas. “Tempo bom era na ditadura militar” é a frase que se ouve. E não tem como pensar outra coisa. É a justa indignação com toda esta roubalheira. Mas é aí que mora o perigo, de querer matar o boi para acabar com os carrapatos.
Honduras, Alemanha Oriental, e esta idéia aqui de que “tempo bom era aquele”, lembra um episódio com o povo de Israel nos primeiros tempos do Antigo Testamento. Esta gente foi escrava do Egito por quatro séculos, e agora livre, mas nas agruras do deserto para a terra prometida, prefere a época da ditadura. “Pois é melhor ser escravo dos egípcios do que morrer aqui no deserto” (Êxodo 14.12), reclama para Moisés. Ao comparar este fato bíblico à situação política em nosso país, penso que estamos diante do “Mar Vermelho” e do tórrido “deserto”. A vara da democracia é o “cajado de Moisés” que abre o caminho da liberdade, e é nela que precisamos acreditar e nos mobilizar.
O apóstolo Paulo recorre ao tema “escravidão e liberdade” para falar de outro assunto, a ditadura espiritual. Ele condena o golpismo das regras religiosas na igreja da Galáxia e lembra: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1). Este é outro risco nestes tempos de crise moral. É mais fácil viver dependente de regras ditatoriais e moralistas da religião, no lugar de seguir pelo caminho responsável da liberdade cristã. E se a corrupção política é um desvio, nesta questão espiritual o apóstolo tem um recado: “Não deixem que essa liberdade se torne uma desculpa para permitir que a natureza humana domine vocês. Pelo contrário, que o amor faça com que vocês sirvam uns aos outros” (Gálatas 5.13). No entanto, Paulo é taxativo: “No existe outro evangelho” (1.7).
“Outros evangelhos” em momentos de crise sempre foram uma saída mais cômoda. Mas depois vem a conta. Isto é um mau negócio na política e na religião.
Marcos Schmidt
pastor luterano
Não estamos muito longe disto aqui no Brasil. A corrupção política que não sai das manchetes faz a gente pensar que o melhor jeito seria um golpe de estado. Se fosse feita uma consulta popular, creio que muita gente votaria pelo fechamento do Senado e das Câmaras Legislativas. “Tempo bom era na ditadura militar” é a frase que se ouve. E não tem como pensar outra coisa. É a justa indignação com toda esta roubalheira. Mas é aí que mora o perigo, de querer matar o boi para acabar com os carrapatos.
Honduras, Alemanha Oriental, e esta idéia aqui de que “tempo bom era aquele”, lembra um episódio com o povo de Israel nos primeiros tempos do Antigo Testamento. Esta gente foi escrava do Egito por quatro séculos, e agora livre, mas nas agruras do deserto para a terra prometida, prefere a época da ditadura. “Pois é melhor ser escravo dos egípcios do que morrer aqui no deserto” (Êxodo 14.12), reclama para Moisés. Ao comparar este fato bíblico à situação política em nosso país, penso que estamos diante do “Mar Vermelho” e do tórrido “deserto”. A vara da democracia é o “cajado de Moisés” que abre o caminho da liberdade, e é nela que precisamos acreditar e nos mobilizar.
O apóstolo Paulo recorre ao tema “escravidão e liberdade” para falar de outro assunto, a ditadura espiritual. Ele condena o golpismo das regras religiosas na igreja da Galáxia e lembra: “Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1). Este é outro risco nestes tempos de crise moral. É mais fácil viver dependente de regras ditatoriais e moralistas da religião, no lugar de seguir pelo caminho responsável da liberdade cristã. E se a corrupção política é um desvio, nesta questão espiritual o apóstolo tem um recado: “Não deixem que essa liberdade se torne uma desculpa para permitir que a natureza humana domine vocês. Pelo contrário, que o amor faça com que vocês sirvam uns aos outros” (Gálatas 5.13). No entanto, Paulo é taxativo: “No existe outro evangelho” (1.7).
“Outros evangelhos” em momentos de crise sempre foram uma saída mais cômoda. Mas depois vem a conta. Isto é um mau negócio na política e na religião.
Marcos Schmidt
pastor luterano
03/07/2009
Terra do Nunca
O maior legado de Michael Jackson não é o reinado da música pop. É a placa sinalizadora: “Não siga por este caminho”. É o exemplo da busca por um reino que não vale a pena. Mas histórias assim se repetem porque a dança segue a música. Um ritmo parecido com o "Thriller" – isto é, um mundo de zumbis que apresenta uma sociedade de “reis e rainhas do pop” que emergem das sepulturas, gente que vive mas está morta. Gente que nunca cresce, mas segue no mundo da fantasia construindo ranchos Neverland para fugir da realidade.
No entanto, Michael é uma vítima da obsessão paterna que projeta os próprios sonhos no sacrifício do filho. Ele mesmo confessa que via as crianças brincando no parque e chorava porque tinha de gravar dez horas por dia. Perdeu a infância e a auto-estima, vítima das agressões físicas e psicológicas de um pai que debochava do filho e lhe diz que é feio. Por isto as inúmeras plásticas e o clareamento da pele. Tentou ser o que nunca foi e possuir o que nunca alcançou.
“Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados” (Efésios 6.4). O ensinamento é bíblico e antigo, mas serve para crentes e descrentes de todos os tempos. E se a guerra aqui na vida real é contra o crack, penso que esta droga que estala simboliza a mente doentia de uma sociedade que vive o mundo irreal do “pop star”, do estrelismo, do sucesso, da fama, dos modismos, do consumismo, das plásticas, do corpo sarado, dos big-brothers e fazendas, do voyeurismo, do exibicionismo, do hedonismo, enfim, destes vícios por “drogas e remédios” que curam e matam num estalar de dedos.
Diz o Sábio que “Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião. Há tempo de nascer e tempo de morrer” (Eclesiastes 3.1,2). Depois de citar um monte de coisa que precisa da hora certa, conclui: “O que é que a pessoa ganha com todo o seu trabalho?” (v.9) Esta pergunta o rei do pop não pode mais fazer: O que eu ganhei com todo o meu trabalho? O Sábio tem a resposta: “Entendi que nesta vida tudo o que a pessoa pode fazer é procurar ser feliz e viver o melhor que puder” (v. 12). Não foi o caso de Jackson que certa vez disse: “A fama me deixa triste e só”. Na verdade, a obsessão pela imagem, a vontade de ser uma eterna criança, o medo de ficar doente, o vício nos remédios, ou seja, a “Terra do Nunca” transformou-o prisioneiro de um tempo que nunca chegou.
“Tudo é ilusão. A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso?” (Eclesiastes 1.2,3). O Rei dos reis fez pergunta parecida: “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira?” (Marcos 8.36). Pois a resposta nesta terra do nunca aparece na terra do sempre – o reino de Deus. E se o rei do pop sempre foi criança para fazer parte do Neverland, esta é a condição para entrar no Everland, conforme palavras do Salvador: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele” (Marcos 10.15).
Marcos Schmidt
pastor luterano
No entanto, Michael é uma vítima da obsessão paterna que projeta os próprios sonhos no sacrifício do filho. Ele mesmo confessa que via as crianças brincando no parque e chorava porque tinha de gravar dez horas por dia. Perdeu a infância e a auto-estima, vítima das agressões físicas e psicológicas de um pai que debochava do filho e lhe diz que é feio. Por isto as inúmeras plásticas e o clareamento da pele. Tentou ser o que nunca foi e possuir o que nunca alcançou.
“Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados” (Efésios 6.4). O ensinamento é bíblico e antigo, mas serve para crentes e descrentes de todos os tempos. E se a guerra aqui na vida real é contra o crack, penso que esta droga que estala simboliza a mente doentia de uma sociedade que vive o mundo irreal do “pop star”, do estrelismo, do sucesso, da fama, dos modismos, do consumismo, das plásticas, do corpo sarado, dos big-brothers e fazendas, do voyeurismo, do exibicionismo, do hedonismo, enfim, destes vícios por “drogas e remédios” que curam e matam num estalar de dedos.
Diz o Sábio que “Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião. Há tempo de nascer e tempo de morrer” (Eclesiastes 3.1,2). Depois de citar um monte de coisa que precisa da hora certa, conclui: “O que é que a pessoa ganha com todo o seu trabalho?” (v.9) Esta pergunta o rei do pop não pode mais fazer: O que eu ganhei com todo o meu trabalho? O Sábio tem a resposta: “Entendi que nesta vida tudo o que a pessoa pode fazer é procurar ser feliz e viver o melhor que puder” (v. 12). Não foi o caso de Jackson que certa vez disse: “A fama me deixa triste e só”. Na verdade, a obsessão pela imagem, a vontade de ser uma eterna criança, o medo de ficar doente, o vício nos remédios, ou seja, a “Terra do Nunca” transformou-o prisioneiro de um tempo que nunca chegou.
“Tudo é ilusão. A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso?” (Eclesiastes 1.2,3). O Rei dos reis fez pergunta parecida: “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira?” (Marcos 8.36). Pois a resposta nesta terra do nunca aparece na terra do sempre – o reino de Deus. E se o rei do pop sempre foi criança para fazer parte do Neverland, esta é a condição para entrar no Everland, conforme palavras do Salvador: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele” (Marcos 10.15).
Marcos Schmidt
pastor luterano
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